MEXA-SE, UM PROGRAMA QUE SALVA VIDAS
Numa cidade em que o gestor público pouco se importa!
O programa Mexa-se, criado e implantado em Sete Lagoas no
ano 2015 foi um
exemplo de política pública de altíssima eficiência e enorme retorno para a
população principalmente no quesito promoção à saúde e prevenção de doenças. O
programa que já teve mais de xx
polos funcionando por toda a cidade e milhares de pessoas participando
diariamente das atividades conduzidas de forma vibrante e competente por
professores de educação física, ultrapassou as fronteiras de Sete Lagoas e
Minas Gerais e hoje é reconhecido nacionalmente.
Inúmeros são os relatos de pessoas cujas vidas foram
transformadas pelo Mexa-se, desde uma sensível melhora em sua qualidade de vida
de forma geral, a casos de cura de depressão, reequilíbrio da pressão arterial,
dentre muitos outros. Não resta dúvida que o programa é auto-sustentável, além
de proporcionar significativa economia para os cofres do munícipio na medida em
que seus benefícios diretos e imediatos à saúde dos participantes do programa
os mantém longe de doenças e do serviço de saúde pública.
Infelizmente não parece ser essa a opinião dos gestores
públicos de nossa cidade, uma vez que o “Mexa-se”, mesmo sendo um gigantesco
investimento em benefício da população setelagoana, principalmente para a sua
maioria formada por pessoas pobres, foi tratado como uma despesa por nossos
governantes, e pior, sem quase nenhuma prioridade. Para se confirmar esta
afirmação, “basta” fazer a leitura de 43 Diários
Oficiais Eletrônicos do Município de Sete Lagoas (órgão oficial de
comunicação do município), retirar e compilar os dados para se chegar a essa
conclusão.
CALAMIDADE
FINANCEIRA? Não parece.
Em 21 de novembro do ano passado, o então prefeito Leone
Maciel, baixou o Decreto Nº 6007, decretando situação de calamidade financeira no âmbito do município de Sete Lagoas
pelo prazo de 180 dias.
Em seu artigo 3º o inciso VI determina o seguinte:
- ficam vedadas novas
contratações e nomeações de servidores, exceto em caso de extrema necessidade e
em que seja imperiosa a substituição de servidor para fins de continuidade da
prestação dos serviços públicos;
No dia 02 de janeiro
de 2019 o ex-prefeito Leone Maciel, através da Portaria Nº. 11.555/2018,
determina a exoneração dos ocupantes de 537 cargos entre servidores concursados
(recrutamento limitado), não concursados (recrutamento amplo) e funções
gratificadas.
De 29 de novembro a 18 de março, portanto dentro do período
de vigência do decreto 6007 (calamidade financeira), a prefeitura nomeou 410
pessoas em sua maioria para cargos de recrutamento amplo (302) e mais 102
nomeações de concursados, totalizando 512 contratações e nomeações.
Enquanto a prefeitura enrolava os xx professores do Mexa-se dizendo que não
havia dinheiro para a continuidade do programa, ela nomeava 96 assessores (60
deles não concursados) todos de recrutamento amplo. Fica a pergunta: será que numa situação de calamidade financeira
não seria mais inteligente investir em professores de educação física, mantendo
um programa que traz economia para o município e bem estar para sua população?
E para quem acreditou que as exonerações feitas no final de
dezembro foram para reduzir despesas, a esmagadora maioria dos “exonerados”
foram nomeados de volta alguns dias depois. Para se ter uma ideia do engodo,
apenas no Diário Oficial Eletrônico número 1395 de 15 de janeiro foram feitas
85 nomeações.
Sobre a quantidade e necessidade de tantos cargos de
recrutamento amplo na gestão da cidade trataremos num próximo artigo.
Por agora, queremos de volta com urgência o retorno do
Mexa-se.